Bible Reading - August 1st.

Juízes 15

Sansão põe fogo às searas dos filisteus

1 E aconteceu, depois de alguns dias, que na sega do trigo Sansão visitou a sua mulher com um cabrito e disse: Entrarei na câmara à minha mulher. Porém o pai dela não o deixou entrar. 2 Porque disse seu pai: Por certo dizia eu que de todo a aborrecias; de sorte que a dei ao teu companheiro; porém não é sua irmã mais nova mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar. 3 Então, Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal. 4 E foi Sansão, e tomou trezentas raposas, e, tomando tições, as virou cauda a cauda, e lhes pôs um tição no meio de cada duas caudas. 5 E chegou fogo aos tições, e largou-as na seara dos filisteus, e assim abrasou os molhos com a sega do trigo e as vinhas com os olivais. 6 Então, disseram os filisteus: Quem fez isto? E disseram: Sansão, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher e a deu a seu companheiro. Então, subiram os filisteus e queimaram a ela e a seu pai. 7 Então, lhes disse Sansão: Assim o havíeis de fazer? Pois, havendo-me vingado eu de vós, então, cessarei. 8 E feriu-os com grande ferimento, perna juntamente com coxa; e desceu e habitou no cume da rocha de Etã.

9 Então, os filisteus subiram, e acamparam-se contra Judá, e estenderam-se por Leí.

Os homens de Judá amarram Sansão

10 E disseram os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles disseram: Subimos para amarrar Sansão, para lhe fazer a ele como ele nos fez a nós. 11 Então, três mil homens de Judá desceram até à cova da rocha de Etã e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles. 12 E disseram-lhe: Descemos para te amarrar, para te entregar nas mãos dos filisteus. Então, Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos me não acometereis. 13 E eles lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos e te entregaremos na sua mão; porém, de maneira nenhuma, te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha.

Sansão fere mil homens com a queixada de um jumento

14 E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do Senhor possantemente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que estão queimados, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos. 15 E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens. 16 Então, disse Sansão: Com uma queixada de jumento um montão, dois montões; com umaqueixada de jumento feri a mil homens. 17 E aconteceu que, acabando ele de falar, lançou a queixada da sua mão e chamou àquele lugar Ramate-Leí.

18 E, como tivesse grande sede, clamou ao Senhor e disse: Pela mão do teu servo tu deste esta grande salvação; morrerei eu, pois, agora de sede e cairei na mão destes incircuncisos? 19 Então, o Senhor fendeu a caverna que estava em Leí; e saiu dela água, e bebeu; e o seu espírito tornou, e reviveu; pelo que chamou o seu nome: A Fonte Do Que Clama, a qual está em Leí até ao dia de hoje. 20 E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.

Atos 19

A terceira viagem missionária de Paulo. Paulo prega o evangelho em Éfeso. Tumulto excitado por Demétrio

1 E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2 disse-lhes: Recebestes vós  o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. 3 Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João. 4 Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. 5 E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. 7 Estes eram, ao todo, uns doze varões.

8 E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus. 9 Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. 10 E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos. 11 E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, 12 de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. 13 E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. 14 Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes. 15 Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? 16 E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa. 17 E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. 18 Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. 19 Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata. 20 Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.

21 E, cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, importa-me ver também Roma. 22 E, enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele por algum tempo na Ásia.

23 Naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. 24 Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia, de prata, nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, 25 aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Varões, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; 26 e bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. 27 Não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram a ser destruída.

28 Ouvindo isto, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios! 29 E encheu-se de confusão toda a cidade, e unânimes correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem. 30 E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lho permitiram os discípulos. 31 Também alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, lhe rogaram que não se apresentasse no teatro. 32 Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros, de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. 33 Então, tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus para diante; e Alexandre, acenando com a mão, queria dar razão disto ao povo. 34 Mas, quando conheceram que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios! 35 Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de Júpiter? 36 Ora, não podendo isto ser contraditado, convém que vos aplaqueis e nada façais temerariamente; 37 porque estes homens que aquitrouxestes nem são sacrílegos nem blasfemam da vossa deusa. 38 Mas, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, há audiências e há procônsules; que se acusem uns aos outros. 39 Mas, se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítimo ajuntamento. 40 Na verdade, até corremos perigo de que, por hoje, sejamos acusados de sedição, não havendo causa alguma com que possamos justificar este concurso. 41 E, tendo dito isto, despediu o ajuntamento.

Jeremias 28

A luta de Jeremias com o falso profeta Hananias

1 E sucedeu no mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto, que Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão, me falou na Casa do Senhor, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: 2 Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3 Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia. 4 Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os do cativeiro de Judá que entraram na Babilônia eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor, porque quebrarei o jugo do rei da Babilônia.

5 Então, falou Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta, aos olhos dos sacerdotes e aos olhos de todo o povo que estava na Casa do Senhor. 6 Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Que assim faça o Senhor! Que o Senhor confirme as tuas palavras que profetizaste e torne ele a trazer os utensílios da Casa do Senhor e todos os do cativeiro da Babilônia a este lugar. 7 Mas ouve, agora, esta palavra que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: 8 Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram contra muitas terras e contra grandes reinos guerra, e mal, e peste. 9 O profeta que profetizar paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou.

10 Então, Hananias, o profeta, tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou. 11 E falou Hananias aos olhos de todo o povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho. 12 Mas veio a palavra do Senhor a Jeremias, depois que Hananias, o profeta, quebrou o jugo de sobre o pescoço do profeta Jeremias, dizendo: 13 Vai e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro. 14 Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei. 15 E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. 16 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. 17 E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.

Marcos 14

A consulta dos sacerdotes

1 E, dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam. 2 Mas eles diziam: Não na festa, para que, porventura, se não faça alvoroço entre o povo.

O jantar em Betânia

3 E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. 4 E alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? 5 Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela. 6 Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a molestais? Ela fez-me boa obra. 7 Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes.8 Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. 9 Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.

O preço da traição

10 E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar. 11 E eles, ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna.

A última Páscoa. A Santa Ceia

12 E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando sacrificavam a Páscoa, disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a Páscoa? 13 E enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem que leva um cântaro de água vos encontrará; segui-o. 14 E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 15 E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. 16 E, saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa.

17 E, chegada a tarde, foi com os doze. 18 E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. 19 E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Porventura, sou eu, Senhor? E outro: Porventura, sou eu, Senhor? 20 Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que mete comigo a mão no prato. 21 Na verdade o Filho do Homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.

22 E, comendo eles, tomou Jesus pão, e, abençoando-o, o partiu, e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 23 E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. 24 E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado. 25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele Dia em que o beber novo, no Reino de Deus. 26 E, tendo cantado o hino, saíram para o monte das Oliveiras.

Pedro é avisado

27 E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque escrito está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. 28 Mas, depois que eu houver ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia. 29 E disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu. 30 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. 31 Mas ele disse com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também.

Jesus no Getsêmani

32 E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. 33 E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se. 34 E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai. 35 E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. 36 E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres. 37 E, chegando, achou-os dormindo e disse a Pedro: Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora? 38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 39 E foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. 40 E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam carregados, e não sabiam o que responder-lhe. 41 E voltou terceira vez e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai.

Jesus é preso

43 E logo, falando ele ainda, veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e dos anciãos, e, com ele, uma grande multidão com espadas e porretes. 44 Ora, o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o e levai-o com segurança. 45 E, logo que chegou, aproximou-se dele e disse-lhe: Rabi, Rabi. E beijou-o. 46 E lançaram-lhe as mãos e o prenderam. 47 E um dos que ali estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. 48 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Saístes com espadas e porretes a prender-me, como a um salteador? 49 Todos os dias estava convosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas isto é para que as Escrituras se cumpram.50 Então, deixando-o, todos fugiram.

51 E um jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe as mãos, 52 mas ele, largando o lençol, fugiu nu.

Jesus perante o Sinédrio

53 E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas. 54 E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote e estava assentado com os servidores, aquentando-se ao lume. 55 E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algumtestemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam. 56 Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes. 57 E, levantando-se alguns, testificavam falsamente contra ele, dizendo: 58 Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derribarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. 59 E nem assim o testemunho deles era coerente. 60 E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? 61 Mas ele calou-se e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? 62 E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 63 E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? 64 Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte. 65 E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas.

Pedro nega a Jesus

66 E, estando Pedro embaixo, no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote; 67 e, vendo a Pedro, que estava se aquentando, olhou para ele e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. 68 Mas ele negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu fora ao alpendre, e o galo cantou. 69 E a criada, vendo-o outra vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um dos tais. 70 Mas ele o negou outra vez. E, pouco depois, os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente, tu és um deles, porque és também galileu. 71 E ele começou a imprecar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais. 72 E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás tu. E, retirando-se dali, chorou.